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Foto do escritorMarilice Zanato

Nunca tive certeza de nada mesmo

Atualizado: 13 de abr. de 2021


Antes, a gente levava aquela rotina maluca, de uma correria sem fim, e nem conseguia se dar conta que era uma baita de uma insanidade.


Muita gente está com saudade da vida que havia antes.


Muitas pessoas estão refletindo e talvez chegando a conclusão que talvez, aquele não era o melhor modelo para se levar a vida, e talvez agora caiba uma mudança.


Eu fico pensando, que tinha tudo mais ou menos planejado, as metas, os sonhos e tudo mais.


Agora, temos que esperar.


Por que o futuro se tornou incerto.


Mas se a gente for parar para pensar, na verdade a gente nunca teve certeza de nada.


A rotina e a vida ia se pondo dia a dia, de uma maneira, estruturada e quase que mecânica e agora temos que frear bruscamente e recalcular a rota.


Mas recalcular a rota para onde mesmo?


Agora, temos que olhar para a nossa pequenice diante da grandeza da vida, da grandeza do mundo.


Agora temos que nos dar conta do que temos, e sempre foi exatamente isso: o tempo de agora.


Na verdade, foi sempre o que tivemos, mas vivemos na ilusão de que poderíamos controlar nossas ações, prever o futuro e neste instante, o que me resta, é olhar nossa vida e abraçar ela com todo o amor que nós tenho.


Olhar ao nosso redor, e agradecer o que nós temos.


Olhar nossa família, e agradecer por ela.


Olhar nosso prato de comida, e agradecer por ele.


Agradecer por que lá fora está um dia lindo…


Agradecer pela água encanada…


Agradecer por estar respirando.


De alguma maneira, é fato que um dia iremos partir.


A morte é certeza, como dizemos em constelações, por enquanto eu estou na vida e no momento certo estarei na morte.


E me parece que muitos temem o que nos ronda neste instante.


A possibilidade de pegar uma doença e ela nos levar para este novo mundo, parece assustador.


Porque no final das contas, essa doença nos coloca de frente para o que um dia acontecerá com todos nós, mas queremos controlar e ser maiores do que ela.


Então, eu respeito a vida, respeito a morte, respeito o vírus…


Respeito a todas as pessoas que estão ao alcance da minha consciência.


Respeito, inclusive nossos antepassados que passaram por isso em 1918, com a Gripe Espanhola, e de alguma forma, conseguiram seguir adiante, por isso mesmo, estamos aqui hoje.


Porque no passado, houveram fortes que enfrentaram tudo isso, por eles e sem querer, por nós também.


E naquela época, não tinha internet, não tinha comunicação com agilidade, não tinha sistema de saúde estruturado, eu não sei o que era naquela época.


Então, hoje eu reverencio todos os que vieram antes e viveram seus sofrimentos, tomo isso em meu coração, agradeço sua grandeza e agradeço por viver no tempo de hoje, e poder com a força de meus ancestrais olhar para tudo isso com amor.


Por hora, cuide de você, cuide dos seus e acima de tudo: Valorize o tempo que você tem AGORA.

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